terça-feira, 3 de julho de 2012

O cristão almático vive no subjugo do superego e o cristão espiritual na liberdade de um Id transformado


Segundo uma teoria psicológica, cada individuo é constituído de um aparelho psíquico. Este por sua vez, possui três instâncias psíquicas, conhecidas como superego, ego e id. Cada um deles possui funções especificas e que são formadas ao longo dos anos da vida de um sujeito. Vejamos, sinteticamente, o que significam afim de compreender o título desse texto.

Superego: é o responsável pela moral, conduta. Ele pode funcionar emitindo julgamentos, proibindo determinadas atitudes ou pensamentos que chegam a consciência. Ele é formado pelo modelo de superego dos pais.
Id: possui todo conteúdo desde nosso nascimento. Não possui moral, regras, nem leis lógicas. É atemporal e completamente inconsciente (tendo material que nunca chegou a ser consciente e aqueles que foram considerados inaceitáveis pela consciência). Ele “fala” com a parte consciente através de sonhos e lapsos de fala.
Ego: esta em contato com a realidade externa, é o nosso eu. É criado a partir do id e tenta satisfazer suas vontades de acordo com as possibilidades e verificações do superego que, dependendo, o reprimirá.

Entendendo a função do superego, “likemos” essa informação com a vida do crente. Vemos que quando um sujeito chega na vida da igreja, ele passa a querer viver nos padrões cristãos. Isso significa, muitas vezes, forçar uma conduta aparentemente santa, que inclui não mentir, não roubar, não adulterar, parar de fumar, de beber, de freqüentar lugares considerados inadequados, etc. Essas reações podemos considerar como fruto de uma decisão que se tomou após ouvir determinadas pregações e/ou da leitura da palavra de Deus. Para algumas pessoas esses exemplos citados até podem ser decisões fáceis de se tomar. Todavia, todos exemplos se referem a mudanças exteriores de comportamento e tudo o que se refere ao comportamento exterior pode ser manipulável. Por exemplo, pode-se ter um comportamento “santo” enquanto se esta em uma reunião da igreja, mas em casa, na escola, no trabalho, se mostra como realmente é.
É necessário entendermos que as mudanças mais importantes que estão para acontecer serão dentro de nós e não fora. Essas mudanças em nosso interior não são manipuláveis (mas elas podem ser ocultadas de nós mesmos e/ou dos outros). Quais seriam essas mudanças? Seriam todas que dizem respeito aos nossos sentimentos, emoções e mente. Tomando o exemplo acima referido, podemos entender o que é viver no subjugo do superego. O cristão almático não passou pelo real processo de mudança, da santificação da alma, ele apenas entendeu intelectualmente a palavra de Deus e tenta de forma mental se enquadrar, isto é, ter um comportamento adequado ao que ouviu ou leu. Quando isso acontece (e acontece muito) o crente passa a viver uma vida dupla, o que gera muito sofrimento e confusão. Não é por acaso que muitas pessoas largam a igreja, pois acham que devem forçar um comportamento que ainda não lhes é natural.
Essa atmosfera que existe na igreja age como um superego para essas pessoas. Dentro delas (e de todos seres humanos) existem influencias – a natureza adâmica, pecaminosa – que as levam a agir, sentir e pensar de forma racional, natural em relação a sua vida, ao mundo e a Deus. Essas influências, que são naturais no homem, surgem no ego querendo se expressar, agir. No entanto, se esse homem é cristão lutará contra ela, objetivando abafá-la para que sua aparência de santidade não seja maculada. Esta é a representação de uma guerra perdida, porque o homem de si mesmo não tem condições de se santificar pelo auto-aperfeiçoamento.
Entendamos agora o que é viver com um id transformado. As influencias da natureza pecaminosa citadas acima representam o id. Dentro dele há tudo o que se deseja realizar sem nenhum tipo de moral, de proibições, de regras e etiquetas sociais, ele é considerado livre para fazer, pensar o quê for. O desejo de Deus é que venhamos a busca-lo através de sua palavra, de lê-la e ouvi-la, da oração, para que se enchendo da palavra, ela venha transformar o id. As ondas pecaminosas que emanam do id será atingido pela palavra de Deus. O resultado é um homem que vive e anda no espírito. Ele não precisa forçar um comportamento, porque agora viver a palavra de Deus não é mais uma obrigação, é natural. É algo que fará parte da natureza do homem, mas sendo uma NOVA natureza, a de Cristo Jesus, vivendo em nós. Nossa guerra diária não deve ser para manter uma aparência de santidade, mas antes, gerar uma realidade interior imaculada.

Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.
(Gálata 2:20)

Escrito por Daniela Correa

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